segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Porque ninguém nasce ensinado

Chega o dia da indução…Ui! Parto com hora marcada é, no mínimo, stressante. “Eu estou calma mãe”, disse eu no dia anterior. E estava. Pelo menos tanto quanto se pode estar…Veio a insónia durante a noite e a má disposição… “Tudo mole, tudo relaxado” era já no que eu pensava e ainda não estava no hospital.

E adivinhem? Correu tudo bem. Aliás, correu tudo muito bem. Eu diria mesmo que foi um parto de sucesso. A quem o devo? Bem, contribuíram a sorte, o peso da bebé, a dilatação ser total, o pai Ricardo verdadeiramente ao meu lado, que inspira calma como ninguém.

Mas devo-o acima de tudo às horas de “tac tac tac”, aos “períodos explosivos”, às respirações, em suma, devo-o a si Enf.ª Cristina. A si e só a si. A confiança e a empatia são imediatas. O sorriso é largo, a experiência é muita. Nunca diz “não posso”, nunca está indisponível, nunca atende o telefone sem um “Bom dia!” Ou “Boa noite!” bem dispostos. A si devo um parto de sucesso, o meu primeiro. A si devo os conselhos, a certeza de que nunca vamos ficar sós, pois está à distância de um telefonema, quanto muito. “Liguem-me sempre que precisarem. Se não o fizerem fico ofendida.” Acreditem que é mesmo verdade e isso… Isso vale ouro. A si devemos a - ainda assim menos dolorosa - subida do leite. A si devemos tudo o que sabemos sobre bebés, aleitamento materno e tantas questões que nos fazem parecer pais pela 4.ª vez.





E (não menos importantes) devemos aos Frascisquinhos as amigas, amigos e amiguinhos de barriga, com quem fizemos amizade, com quem nos rimos muitíssimo, com quem descontraímos, em quem confiamos, com quem trocamos angústias e tolices próprias de pais “maçaricos”!

Desde que olhámos para a nossa filha a 1.ª vez que não há nada para nós de mais valioso. O nosso mundo gira à volta dela, do seu sorriso, do seu bem estar, da hora de comer e do banho… Enfim, uma reviravolta tão drástica, tão trabalhosa, tão angustiante e, ainda assim, tão maravilhosa.

O futuro não sei o que lhe reserva, mas sei que tem, tal como nós, uma verdadeira amiga para a vida.

E porque ninguém nasce ensinado, arrependa-se quem não se quis juntar a estas aulas, roa-se de inveja quem já não vai a tempo, porque nós temos o privilégio de ter a Enf.ª Cristina na nossa vida e o privilégio de pertencer à melhor turma de sempre (desculpem aqui qualquer coisinha) dos Francisquinhos: a turma C. C de … tanta coisa.

Obrigada. Conte sempre connosco… também.

Filipa, Ricardo e Margarida

P.S. Aqui ficam umas fotos da nossa Pocahontas e da nossa XXL.



1 comentário:

dolores disse...

fiquei de lágrima no olho com esta maravilhosa mensagem.Provavelmente por ser tão sincera e por sentir que poderia ter sido eu a escrevê-la.Louvo a forma como está escrita e lamento nunca ter dito tudo isto à enfermeira cristina, porque o sentimento, mesmo passados dois anos, é o mesmo. Se nunca disse a quem de direito, já disse a muitos outros o quanto agradeço ter tido a oportunidade de partilhar as suas aulas, a sua amizade e disponibilidade. O quanto acredito que o parto correu bem porque tive uma estrelinha chamada cristina que se mexeu, fez telefonemas e garantiu que eu estava em boas mãos. Por tudo isso muito, muito obrigada. beijos